“É essencial que os pais observem se os filhos conseguem acompanhar a turma, se estão atentos e interessados ou se parecem distantes e desmotivados. Dificuldades na leitura, na escrita e na compreensão numérica devem ser analisadas com cuidado.”
Cleide Hoffmann Bernardes, psicopedagoga e gestora técnica do Instituto You.Up
Com a volta às aulas, é fundamental que os pais e os professores fiquem atentos a sinais que podem indicar que crianças ou adolescentes tenham o transtorno específico de aprendizagem (TEAp). O problema de neurodesenvolvimento tem origem biológica, é persistente e pode prejudicar a rotina escolar e social.
Quais os sinais do transtorno de aprendizagem?
Dificuldades para acompanhar a turma, desmotivação ou problemas em relação à leitura e aos cálculos são alguns indicadores de alerta que reforçam a necessidade de buscar ajuda de profissionais.
Mas lembre-se: é essencial entender desde cedo, que agitação não é sinônimo de hiperatividade, assim como nem toda criança distraída tem o transtorno do tipo desatento. A análise deve estar relacionada ao quanto esse comportamento impacta na vida social e no aprendizado.
Confira alguns indícios que podem ser notados por pais e professores:
- Dislexia
Há uma dificuldade para reconhecer letras, associá-las aos sons, formar palavras e compreender textos. Os sinais durante a fase escolar incluem problemas para copiar de livros e lousa, dispersão,leitura oral devagar e incorreta, erros no reconhecimento de palavra, para soletrar e na ortografia;
- Discalculia
A discalculia pode ser percebida na dificuldade para contar, estimar quantidades, lembrar fatos matemáticos básicos e realizar cálculos. Os indicativos apresentados envolvem problemas para entender o significado dos numerais e da linguagem matemática, dificuldade para associar um número a uma quantidade de objetos, entre outros.
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Como funciona o tratamento?
Quanto antes o diagnóstico for feito e o tratamento for iniciado, menores serão os impactos negativos na autoestima e no desempenho escolar de crianças e adolescentes com transtorno de aprendizado. Muitas vezes, eles são rotulados como preguiçosos ou pouco inteligentes, quando na verdade o que precisam é de uma abordagem diferenciada e adequada às suas necessidades.
Esta abordagem, não é por exemplo, que lhe sejam organizadas atividades e provas mais fáceis, mas sim, que sejam de modo que possam mostrar o que aprenderam, ou seja, que a forma de apresentação lhe seja acessível, o que muitas vezes, é resolvido com adaptações no tamanho das letras, quantidade de lições por folha, espaçamento entre linhas, entre outros acessibilidades.
O tratamento é multidisciplinar e pode envolver psicopedagogos, fonoaudiólogos, neuropediatras, entre outros profissionais. A definição de qual abordagem será utilizada é feita após o estudo de caso e a identificação das intervenções necessárias.
É importante destacar que cada situação tem suas especificidades e isso será levado em conta para realizar o tratamento mais adequado e, consequentemente, promover uma experiência de aprendizado inclusiva.
O papel do Instituto You.up para auxiliar crianças e adolescentes com transtorno de aprendizado
O objetivo do You.up é garantir que cada estudante tenha a oportunidade de aprender e se desenvolver, independentemente das dificuldades enfrentadas. Para isso, é preciso apoiar a formação dos professores e orientar os pais para que todos entendam que o processo de aprendizado depende de um trabalho em conjunto.
A inclusão educacional é nossa principal meta. Desde 2022, já foram mais de 18 mil atendimentos realizados e cerca de 740 estudantes de escolas públicas ou bolsistas integrais de escolas privadas impactados pelo trabalho desenvolvido pelo instituto.
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Para saber mais: Ouça a entrevista da psicopedagoga Cleide Hoffmann Bernardes, gestora técnica do Instituto You.up, na Rádio Joinville Cultural:
